terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

LENDAS

 O BOTO

Diz uma lenda amazônica que o boto se transforma e vai às festas da região, ele vira um homem bonito e forte, de 1,83 de altura com 76kg, bem atlético magro e musculoso, um rapaz vestido de branco, bronzeado e muito perfumado que convida as moças para dançar e depois as seduz, mas o boto nunca tira o chapéu para esconder seu segredo, um buraco na cabeça por onde ele respira, ele também toma muito cuidado para ir embora das festas antes do amanhecer.
Por isso, toda a donzela era alertada por suas mães para tomarem cuidado com flertes que recebiam de belos rapazes em bailes ou festas. Por detrás deles poderia estar a figura do Boto, um conquistador de corações, que pode engravidá-las e abandoná-las.
A lenda serve como pretexto para moças justificarem a gravidez sem casamento. "Foi o boto", dizem.

IARA


Muitas vezes confundida com a Mãe-d'água, a Iara, Uiara ou Ipupiara é um dos seres mitológicos mais populares da Amazônia. Seu poder de sedução é tão forte sobre os homens quanto o do boto sobre as mulheres. Por isso, às vezes é chamada de boto-fêmea. A Iara é descrita como uma mulher muito bonita e de canto maravilhoso que aparece banhando-se nas águas dos rios, ou sobre as pedras nas enseadas.
Para quem viaja pelos rios da Amazônia, a Iara pode ser um perigo, pois encanta o navegador e puxa os barcos para as pedras. Atônito, o pobre homem só se dá conta da tragédia quando já é tarde demais para se desviar.

 MATINTA PEREIRA


Conta a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz:: - Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de "virar" Matinta Perera, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. A Matinta Perera pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo "rasga-mortalha". Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta:" Quem quer? Quem quer?" Se alguém responder "eu quero", pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de "virar" Matinta Perera.



MARTINTA PEREIRA ( versão Marabá)




Uma mulher alta, magra de trajes distintos, costumava aparecer no canto da CELPA (Marabá Pioneira) a noite. Nessa época não havia luz elétrica na cidade e sim a motor. O homem que a via ficava curioso em saber quem era aquela senhora de trajes tão distintos aquela hora na rua e só; por isso tentava aproximar-se pois mantinha um boa distância entre ela e seus seguidores. Conforme ela ia chegando perto da igreja, ia crescendo, ficando alta, bem alta, quando ficava de frente a igreja antiga, atingia a altura das antigas mangueiras que há próximo dali. Seu seguidor ou observador também sentia que crescia, parecia que ia atingir o céu. A mulher ao chegar exatamente frente a porta da igreja, sumia e o homem que a seguia voltava invariavelmente para casa.

A BOIÚNA


Contam que uma moça, ficou grávida escondeu a gravidez de seus familiares. No dia do parto, quando estava sentindo dores, disse aos pais que iria lavar roupa no Pirucaba (embaixo da ponte do Rio Itacaiúnas). Chegando lá, teve a criança e jogou-a no rio. A menina não morreu. Encantada, transformou-se numa cobra enorme. Após muito tempo uma cobra enorme, a Boiúna costumava aparecer aos pescadores em seus sonhos em forma de uma bela moça. E ela contava a sua triste estória: Havia transformado-se em uma cobra e que para desencanta-la era necessário que despejassem leite materno em sua boca e também deveriam cortar um pedaço de seu rabo e assim o encantamento terminaria. Mas ela nunca foi desencantada, pois quando algum pescador se propunha a tal façanha, vinha aquele banzeiro enorme ou mesmo quando viam a Boiúna, corriam com medo e nem se lembravam de que ao desencantar a Boiúna se tornariam ricos para o resto de suas vidas. E pescadores afirmam que na época da construção da Ponte do rio Tocantins ela também já aparecerá várias vezes. Dizem que até hoje a Boiúna mora no poção do inflamável.